quinta-feira, 6 de maio de 2010

Caridade, caminho para fraternização da humanidade.




Amados Irmãos,

Como tem sido difícil contemplar as mazelas em que estão envoltos os nossos irmãos... Bem pior é a constatação de que nada temos feito no sentido de atenuar essas misérias, e a despeito disso temos contribuído sim, para a perpetuação destes sofrimentos, esquecidos do nosso compromisso com a coletividade da qual fazemos parte.

Somos movidos por nosso egoísmo inclemente, que nos incita a perceber apenas os interesses que orbitam à nossa volta, concorrendo apenas para o conforto próprio, esquecidos dos que nos batem à porta do coração.

Se fizermos um ligeiro exame de consciência, descobriremos em nós toda a hipocrisia que temos cultivado nos recônditos sombrios do nosso coração. Frequentemente tecemos as mais ácidas críticas no que concerne às desigualdades sociais, à fome, à miséria, ao desemprego, à má-distribuição de renda, à falta de saneamento, à degradação ambiental... E nós ? o que temos feito pra mudar esse quadro? Antecipadamente posso responder que nada de efetivo... o que nos apraz, e quando apraz, é jogar alguns vinténs a um esmoler, sem sequer considerar o que poderia fazer de mais efetivo em seu auxílio.

Nos é muito mais cômodo atribuir toda a responsabilidade e o ônus dos problemas aos poderes constituídos, achando que o desempenhar das funções inerentes à Administração Pública consiste em reformar toda a sociedade incontinenti, por força de decretos e leis.

Não é.

É preciso que reformemos toda a nossa consciência, passando a nos percebermos como artífices desta mudança premente, que já se iniciou por força de circunstâncias calamitosas. As grandes comoções, que vem se reproduzindo em toda a face da Terra, tem incitado, ou senão compelido, a humanidade rumo à fraternização. Nestes eventos a solidariedade irrompe do mais fundo do nosso espírito, em forma de orações, lágrimas, provocando o despertamento dos nossos sentimentos mais nobres.

Entretanto, isso não é o suficiente...

Nada somos neste reino, senão depositários das graças de Deus. E o dever nos compele a dizer que como depositários, somos perdulários e infiéis. Deus, nosso Pai Misericordioso, nos agraciou com dons incalculáveis e preciosíssimos, esperando que experimentando e exercitando o trabalho nobilitante, os desenvolvamos à altura dos misteres que a vida de homem de bem nos exige.

Nada do que possuimos em excesso nos pertence. Todos os recursos além dos necessários à subsistência, devem ser destinados a utilização caritativa. O que porventura nos é dado a mais, nos é concedido apenas porque, se presume saibamos utilizá-los com maior eficácia em prol dos menos afortunados. O móvel do nosso supérfluo, tem utilidade para os desfavorecidos. O que nos sobra é essencial para o próximo. Fomos criados à imagem e semelhança do Nosso Pai Celestial, Ele dos deu um exemplo vivo de amor por intermédio do nosso Mestre Jesus, tudo isso pra nos inspirar ao aperfeiçoamento moral. Ele quer que sigamos o Seu exemplo.

É necessário nos questionarmos a todos os momentos sobre o que podemos fazer para amenizar o sofrimento do próximo... O Cristo de Deus nos deu o exemplo, quando o peso da sua cruz foi dividido com o Cireneu... Ergamos a cruz dos nossos irmãos! Afinal, foi pra isso que Deus nos deu braços fortes. Usemos nossa inteligência, nossa erudição, nossa intelectualidade para aliviar o nosso próximo, afinal aí reside a máxima "Amar ao próximo como a si mesmo". Não enterremos, e a contrário disto, desenterremos e aperfeiçoemos os nossos talentos no exercício da Caridade; busquemos na face do nosso próximo a face do Cristo de Deus; amemos a fim de sermos muito amados.

Sejamos gratos por todos os recursos materiais de que nos foram facultados com o propósito de utilização responsável no campo do progresso moral. Não é demais lembrarmos que a utilização adequada destes é responsabilidade nossa conquanto é o nosso alvitre que determina os seus fins .

A Paz seja conosco.