segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Andrajos

Pai Amantíssimo de infinita misericórdia,



Hoje Pai amado, estamos aqui apenas oferecendo em sacrifício o nosso egoísmo desmedido e o orgulho desenfreado no altar de nossa existência.



Pai, nós que ainda jornadeamos nas sendas terrenas expurgando os vícios que tisnam nosso espírito, e aperfeiçoando a nossa moral ainda dissoluta, apresentamos nossa vista embotada...



Frente às oportunidades que nos são facultadas, frequentemente não discernimos em consonância com o teu amor inefável e tendemos a nos colocar nos frontispícios de todas as preocupações, esquecendo da nossa família, dos nossos amigos e inimigos, dos célebres desconhecidos que partilham a existência conosco... preferimos a conivência com o estado de penúria que os recobrem, para não enodoarmos nossos trajes com as sujidades dos seus andrajos...


E os verdadeiros andrajos são aqueles que nos recobrem o espírito de lama e turvam o nosso coração no espinheiro da indiferença. Andrajos são aqueles que envergamos ao manifestar nossa vaidade, nossa cupidez, nossa avareza, nossa mesquinhez...

Perdoa-nos pai, porque frequentemente esquecemos que os últimos serão os primeiros, que os humildes serão exaltados e que as vestes radiosas escondem nossas sujidades interiores.

Perdoa-nos, apenas por acréscimo de misericórdia, pois nem somos dignos do sofrimento benfazejo que tu nos permites frente a nossa indigência moral.

Perdoa-nos sempre pois ainda estamos longes de ser teus filhos radiosos de luz e amor.

Assim seja.