quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Visita Interior


Há alguns dias a dor vem nos visitando mais amiúde, fazendo verter lágrima dos olhos, oprimindo o peito, aflorando à consciência a necessidade de obediência, resignação, devotamento, abnegação...


Compulsando o nosso íntimo, acabamos por conservar nosso olhar e nossa autopiedade sobre o nosso orgulho ferido, nossa vaidade arranhada e nosso egoísmo arraigado. Nossa indigência moral frequentemente nos compele a considerar preferencialmente nossos interesses mesquinhos em detrimento do aprendizado edificante.


A dor é processo salutar, quando mesmo diante de nossas pujantes fraquezas, de nossa incompreensão e do nosso embotado entendimento, rogamos o discernimento necessário para entendermos da vida da a lição que nos é ofertada.


Se nada é por acaso, tudo é Providência.



Se a felicidade não é deste mundo, então o que nos resta?
Em verdade a grande maioria de nós deposita a esperança de felicidade e satisfação imediata (porém efêmera) nos nossos sentidos e nossas paixões, defeltindo para segundo plano as buscas concernentes às coisas do espírito que é o herdeiro das coisas imorredouras e perenes.


Socorremo-nos quase sempre das profilaxias de efeito instantâneo sem antes nos perguntarmos qual a origem do mal que nos aflige. O tratamento investigativo preventivo sobre a origem dos males que assolam o organismo humano, é preterido em detrimento do processo terapêutico alopático especialmente em função da sua atuação imediata. Mas o ponto é que, devido à resistência desenvolvida pelo uso reiterado das mesmas drogas, as disfunções tem apresentado cada vez maiores períodos de prevalência e casos de recorrência.



Da mesma forma se dá no campo da moral.



Por efeito da Lei de Ação e Reação é que atraímos para as nossas vidas as vicissitudes que nos cingem, uma vez que todos os maus atos tem consequências invariavelmente desastrosas, instalando quadros que somente são atenuados em decorrência da Lei de Amor. E assim sendo, sem examinarmos mais detidamente as causas das chagas morais das quais estamos acometidos, usando a alopatia efêmera do tratamento apriorístico, acabamos arrastados para as mesmas condutas delituosas, viciosas, que reiteradamente temos praticado.



Como é comum nos flagrarmos repetindo as nossas condutas equivocadas em consequência de não primarmos pela Oração e Vigilância tão recomendada... É frequente também buscarmos os alívio de nossas dores nas diversas viciações de que o mundo dispõe, quando nos é oferecida a advertência de " não busqueis alhures a consolação porque o mundo é impotente para dá-la". E a consequência disso: aumentamos substancialmente as nossas dores, não curamos nossas chagas e ainda nossas mazelas nos são cada vez mais recorrentes.



Dói... dói muito... e só quem sente é que consegue mensurar a sua dor...



Mas toda dor é indício de sensibilidade. E quando a sensibilidade aflora é sinal de que se bem observarmos, poderemos tomar a resolução adequada para suprimir a causa daquela sensibilidade. São os sintomas da moléstia que indicam fórmula para tratar as circunstâncias que a estão ocasionando.



Então busquemos as fontes de nossas dores, nossas mazelas, nossas chagas. Observemos os sintomas de nossas moléstias para dar-lhes tratamento eficaz, procurando evitar-lhes a recorrência e a prevalência, porque mesmo tendo dito o Cristo que os sãos não tem necessidade de médico - ao que se colocou como médico das almas imperfeitas - disse Ele ainda: "ide e não peques mais".



A Paz seja conosco.


2 comentários:

  1. ... A vida sempre espera situações críticas para então mostrar o seu lado brilhante! Como diz o sábio ensinamento: ou aprendemos pela dor ou pelo amor. Seja como for, o importante é o aprendizado que trazemos com essas experiências. A maior decepção que podemos alimentar é achar que não temos mais nada o que aprender, seja porque já vivemos intensas dores ou porque amamos de diferentes formas “diferentes amores”. Eis o verdadeiro brilho do amigo “tempo”: o recomeço e com ele a mudança, pois o universo só faz sentido quando temos com quem dividir nossas emoções! Ah, as emoções!! Cada vez mais superficiais porque nos tornamos tão superficiais quanto as ilusões do mundo... esquecemos de dar importância às pequenas coisas, ocultamos os ensinamentos de Cristo e acabamos por valorizar os pequenos desejos egoístas momentâneos. Erramos... o que temos que entender é que a cada dia devemos escolher a verdade com a qual pretendemos viver, e se quisermos ser felizes é necessário alimentar o foco de luz que carregamos dentro de nós que nos ilumina. Mas, como entra luz em uma pessoa se a porta do amor não estiver aberta? Tão triste a realidade de quem alimenta a ausência do amor, pois constrói o vazio. Ah, o vazio... o verdadeiro mundo das sombras que não nos deixa ver como podemos ser pessoas melhores com a gente mesmo e com os outros... Finalmente, já sabemos que a lei divina nos ensina a amar uns aos outros; nos ensina a cultivar a caridade; nos convida a ser justos em nossas ações; nos instiga a semear alegria .. Eis, a verdadeira felicidade que não está no “outro”, está em nós!

    ResponderExcluir
  2. O interessante nesta reflexão é o levantamento de nossa necessidade de reconhercer quem somo o de que somos capazes de fazer, conosco e com o próximo.
    Mas a necessidade de mudança, permeeia pelo campo do auto conhecimento e auto controle, é estar atentos para não nos permitirmos incorrerer nos mesmos erros.
    Lembremos: sempre somos nós os resposaveis pelo que fazemos, deixamos de fazer e principalmente pelo que nos tornamos.
    A vida esta sempre nos colocando nas situações das quais fugimos, tivemos péssimas exepeirências e acamos saindo delas de qualquer jeito, sem nos preocuparmos com QUEM nós nos convidamos ou arrastamos para nossos conflitos (muitas vezes internos).
    As vezes não somos capazes de terminar o que começamos, por que não somos capazes de reconhecer nossos sentimentos,vontades, necessidades e erros.
    Algumas pessoas têem medo do SILÊNCIO porque é nesse momento que vimos nossos fantasmas, houvimos nossos medos.
    O importante é aprendermos a dar o passo correto, firme, não nos esqueçemos... se há repetencia nos momentos vividos haverá repetencia nas atitude e decisões tomadas? Pense você já fez esse caminho... É hora de novas atitudes é hora de quebrar o circulo no qual esta preso.
    GAME OVER você será o venecedor, tome as redeeas de sua vida e veja do que é capaz, perceerá que a vida é muito mais do que você já fez, viveu ou deixou para trás, se surpreenderá aonde chegará. GOOD LUCK.

    ResponderExcluir